quinta-feira, 11 de maio de 2017

Google imagens e Aby Warburg: no princípio eram as imagens

A primeira vez que ouvi falar - ou que li - sobre Aby  Warburg foi no livro de um professor do Instituto de Artes da da Unicamp, A primeira vez que ouvi falar - ou que li - sobre Aby Warburg foi no livro de um professor do Instituto de Artes da da Unicamp, Etiene Samain, no livro Como pensam as imagens (Ed. Unicamp, 2012).

A Folha de SP de 7 de maio de 2017 traz uma reportagem escrita por Norval Baitello Jr., historiador de arte e autor do livro A Era da Iconofagia, em parceria com Leão Serva intitulada: No princípio era a imagem: o alemão que resumiu a história sem palavras. Haverá. Nos dias 10 e 11 de maio, um colóquio internacional em São Paulo sobre o trabalho de Warburg.

O que nos interessa, no momento, é dizer que ele elaborou  um “Atlas” composto de 63 painéis com imagens coladas de forma semelhante ao que o Google traz quando buscamos imagens e sobre o projeto da empresa intitulado Experiments, cuja proposta é utilizando uma supercâmara para fotografar obras de arte dos museus.


Seus painéis funcionam  com imagens organizadas pela “boa vizinhança”  numa superposição de imagens cujas relações entre si  são inexplicáveis verbalmente, mas elas estão ali: “elas se justapõem por semelhança , uma primeira se junta por presença a outra, que está próxima; esta a uma outra  com a qual tem certa harmonia, mas que já se distingue da primeira – e assim vão se distanciando, ou transformando, até surgir algo completamente improvável de início.”

Os autores comentam, então, que, as relações entre as imagens  são inexplicáveis verbalmente. A imagem é processada e apresentada por uma lógica iconográfica, que não se subordina à expressão verbal. Pode ser pensada, consumida e comunicada sem tradução linguística: homens e macacos reconhecem e reagem a gestos expressivos de emoções em frações  curtíssimas de tempo, muito menores do que a resposta do verbal.

As informações acima são muito importantes para nós que estudamos a leitura de imagens e as relações texto-imagem.

O historiador também criou a Bliblioteca Warburg, onde os livros eram organizados pela mesma regra da boa vizinhança, ou seja, não por ordem alfabética de autores e títulos.

Warburg define as imagens como porta de entrada da biblioteca, “Warburg expressa a convicção de que no  princípio eram as imagens”.



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