terça-feira, 30 de setembro de 2014

Machado no Rio

Aplicativo gratuito  permitirá conhecer 81 endereços citados nos livros de Machado de Assis.

A literatura não é chata.

Vejam a reportagem

Há uma página no Facebook com muitas informações e, pelo que diz a reportagem, este mês o aplicativo estaria disponível.
Brinquei de conversar com o Machadão, já que as postagens nos pretendem fazer crer que é ele quem nos fala.
Viajei nessa.




Esqueça os livros

Sim, esqueça os livros em bancos de praça, pontos de ônibus ou num vagão da CPTM ou do metrô.
Quem sabe, alguém resolva colocar o celular em modo avião e leia um conto, uma poesia, um romance...

"Leitura no Vagão" é o nome do projeto e bem que esse projeto poderia pegar.
Quem sabe o pessoal esquece um pouco do celular!

Vejam reportagem na Folha.

Outro projeto parecido publicado na Folha de São Paulo, no mesmo dia, 20/09/2014


Texto diz mas foto nega!

Pessoal,

Vejam como o discurso imagético é perigoso. Nem sempre ele reforça o que diz o texto.

Acessem o link para ver a matéria da Folha do dia  20/9/2014, cujo título diz:
FHC diz para Aécio que "ainda dá tempo."  

A imagem mostra, na verdade, o candidato descendo do palanque, ou seja, não dá mais, pois o candidato despencou nas pesquisas eleitorais,

Se na teoria pragmática da linguística, dizer é fazer, podemos acrescentar que mostrar é dizer. Mas não necessariamente o mesmo que o texto!



Pesquisar para quem mesmo?

Nas ciências linguísticas, especialmente na Linguística Aplicada, ainda se percebe, em muitos casos, a falta de humanismo nas pesquisas acadêmicas. Refiro-me, especificamente às metodologias de pesquisa que "coletam" dados e que usam as pessoas como "informantes".

Estudantes que fazem pesquisas para si mesmos e para seus orientadores.

O tema é complicado e voltarei muitas vezes a ele.
Por ora, cito uma reportagem da Folha de S. Paulo, do dia  19/9/2014, cujo título é Cientista que se vestiu de urso leva o Ig Nobel.

Ignóbil, vocês sabem, é o que desmoraliza, não tem nobreza, ou seja, quem gasta dinheiro e tempo para produzir conhecimentos supérfluos que satisfazem e servem apenas àqueles ignóbeis que tiveram a torpeza de realizá-las.

Tomo a liberdade de copiar e colar os prêmios. Mas não é por brincadeira, não! É por que poderia fazer uma lista de candidatos ao prêmio Ignóbil da L. Aplicada e da Linguística, mas, claro, não o farei.

CIÊNCIA ÁRTICA
Eigil Reimers e colegas (Noruega, Alemanha)
Por investigar como as renas reagem ao olhar para humanos disfarçados de ursos polares
FÍSICA
Kiyoshi Mabuchi e colegas (Japão)
Pela medição da fricção entre uma sola de sapato e uma casca de banana, e entre uma casca de banana e o chão
BIOLOGIA
Vlstimil Hart e colegas (Rep. Tcheca, Alemanha e Zâmbia)
Por documentar cuidadosamente que cães defecam e urinam com o corpo alinhado ao campo magnético da Terra
MEDICINA
Ian Humphreys e colegas (EUA, Índia)
Por conseguir tratar sangramentos nasais usando fatias de toicinho de porco para conter a hemorragia
PSICOLOGIA
Peter Jonason e colegas (EUA, Austrália, Reino Unido)
Por mostrar que pessoas notívagas são mais narcisistas, manipuladoras e psicopáticas do que quem acorda cedo
NUTRIÇÃO
Raquel Rubio e colegas (Espanha)
Por investigar a qualidade de bactérias isoladas em fezes de bebês como probióticos na produção de linguiça fermentada
NEUROCIÊNCIA
Jiangang Liu e colegas (China e Canadá)
Por tentar entender o que ocorre no cérebro de pessoas que enxergam a face de Jesus em uma fatia de pão torrada
ARTE
Marina de Tommaso e colegas (Itália)
Por comparar a dor de uma pessoa olhando para um quadro feio à de outra sendo atingida por um laser enquanto vê um quadro bonito
ECONOMIA
Instituto Nacional de Estatística do governo da Itália
Por pedir a países europeus que incluam prostituição, tráfico de drogas e contrabando no cálculo do crescimento econômico da região
SAÚDE PÚBLICA
Jaroslav Flegr (Rep. Tcheca, Japão, EUA, Índia)
Por investigar se donos de gatos são mais propensos a sofrerem problemas mentais [em função da toxoplasmose]

Empresas ponto.com e escolas ponto.com

Precisamos perder a ingenuidade com a internet. No fim dos anos 1990, os investidores acreditavam que a internet era o mapa do tesouro e criaram as empresas "ponto.com".. Eram milhões na expectativa de lucros futuros.
A Nasdaq- bolsa americana de valores e ações representava a nova economia.
A "bolha" estourou em 2000 e a  euforia passou: aquele modelo da internet não daria lucro.

Surgiu a hoje chamada web 2.0. Essa sim dá lucro!
Nós, usuários de contas no Google, Facebook e outras "redes sociais" pagamos a conta  dela diariamente, a cada acesso.

Sim, fornecemos gratuitamente nossos hábitos e preferências de consumo, em troca de sermos "autores". Tornamo-nos alvos fáceis para as empresas que investem nessas "redes sociais".

Sou a favor do uso das tecnologias na educação; aliás quem ousaria ser contra? mas há que se ter muito cuidado com a inserção das tecnologias no ambiente escolar.

Há que se propor uma pedagogia de fato, libertária e crítica.

Querem  bons exemplos potencial da tecnologia na educação?  Algo que vá além do comodismo do Facebook!!!
Vejam este site sobre storytelling e depois me digam.
http://www.inms.umn.edu/elements/index.php

http://ed.ted.com/

Topônimos alagoanos

Ando impressionado com a riqueza dos nomes dos edifícios, dos engenhos, dos rios, dos povoados, das cidades, dos pratos doces e salgados em Maceió e em Alagoas.Que maravilha!
Que vasto campo para pesquisa.

Massayó tem mais de 500 terreiros de umbanda! Imaginem a riqueza cultural e  vocabular!!!

Lendo os livros de Manuel Diégues Júnior: O Engenho de Açucar no Nordeste e  O Banguê nas Alagoas, tenho aprendido um pouco sobre a história dos nomes e penso na riqueza que pesquisas semânticas nos revelariam sobre a história e a cultura alagoanas.

Murici, Calunga, Nega Juju
Ouricuri, Filé, Jacarecica
Fulô, Pajussara,Sinimbu,
Guaxuma, cambona,Maceió.

Espero que algum aluno meu se interesse pelo tema.

Vale a pena ver esse maravilhoso site do grupo de pesquisa da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFAL www.estudosdapaisagem.com.br

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Quem ou o quê mantem seus comentários no Face?

É relevante perdermos a inocência sobre os uso das tais redes sociais. Somos mais usados do que as usamos.
Vejam o caso do Facebook. Uma pesquisa  feita por jornalistas da Folha e publicada por Renato Oselame, em matéria do dia 17/08/2014, mostra que se curtíssemos tudo em nossa página no Facebook, descobriríamos que ele é um mundo de marcas comerciais e não de "amigos".
Quando optmos por utilizar essa "ferramenta" (qualquer dia ainda discuto esse termo aqui!), nas escolas, acrescentamos mais usuários aos já 87 milhões que são vistos como alvos comerciais, o que gerou, pasmem!, US$ 2,68 bilhões em receia publicitária para a companhia no segundo trimestre de 2014.
Bom, inserimos alunos, ou consumidores?
Vejam um pedaço da reportagem (e os mesmos recursos de negrito para destacar termos-chave)



Recursos da escrita - recursos do meio

Comum sempre foi, utilizarmos os recursos tecnológicos disponíveis, para tornarmo-nos mais expressivos. Grifamos palavras, frases, trechos inteiros com marcadores luminosos, sublinhamos com canetas coloridas, lápis preto, etc.
Pois alguns jornais têm, agora, utilizado o negrito (bold) para destacar palavras-chave das submanchetes. Essa prática facilita muito a estratégia de leitura, pois ao marcar as palavras-chave ajudam o leitor, entre outras coisas,  a ler mais rápido e a antecipar o assunto.
Vejam um exemplo:


Cisternas eternas

Outro dia, uma aluna do agreste alagoano contou-se sobre o que parece uma história de Torvelinho dia e noite. Foram descarregando areia, brita, ferro, cimento e cal, tudo para fazer uma cisterna em sua casa. O mesmo foi feito nos quintais de outras casas do quilombo.
A empresa nunca mais voltou para fazer a cisterna; fugiu com o dinheiro pago pelo governo.
O material estragou-se: o cimento endureceu, a cal perdeu-se, a areia ficou suja e imprestável e ficaram sem cisterna.
Moral da história: tivessem os governantes procurado saber quem, da comunidade, sabia instalar cisternas, talvez aparecessem pessoas conhecedoras de cada etapa e não haveria necessidade de pagar, nem de esperar que uma empresa fizesse. Fosse uma proposta menos assistencialista e mais colaborativa, a obra teria saído e todos teriam aprendido que a comunidade tem força.
Não foi assim. Todos aprenderam a esperar dos governantes e a continuar sem água para beber, irrigar, cozinhar, viver.

Exemplo de cisterna, para fins ilustrativos.
Na educação, poderíamos trabalhar com projetos, perguntando à comunidade, e por extensão, aos alunos, o que querem aprender, o que precisam saber, como a escola pode ajudá-los em seus projetos de vida (comunitária, inclusive). E cada um contribuiria com o que sabe a partir de suas experiências. Todos aprenderiam com todos. A comunidade, não apenas a escola, avaliaria.
A comunidade como currículo, coisas que Etienne  Wengler fala: comunidades de prática.
De fato, não precisamos fazer clientela ou clientelismo, sermos facilitadores, nem preparar para provas.
A escola faz parte da comunidade onde se insere.
deve preparar para a construção de projetos colaborativos.
Como diz a filosofia punk: para mim nada, para nós tudo.

Práticas que funcionam na escola

A FOLHA publicou em 14/09, artigo de Samuel Pessoa sobre a escola pública que funciona.
Após extensa pesquisa, são 4 as práticas que funcionam:
1- definir metas e ter claro o que se quer alcançar;para embasar ações pedagógicas;
2- acompanhar de perto e continuamente o aprendizado dos alunos (o que chamamos de avaliar);
3- usar dados sobre aprendizado para embasar ações pedagógicas;
4- fazer da escola um ambiente agradável e propícia para o aprendizado.

Outra pesquisa com o mesmo objetivo realizada nos EUA é comentada por Pessoa e, pasmem:
mais recursos reduzem o desempenho dos alunos!!

Porém,
1- dar aulas/atividades extra-classe intensivas aos alunos;
2- aumentar o número de horas-aula
3- manter expectativas altas quanto à disciplina e ao comportamento,

são extremamente relevantes,

Aí fico pensando: precisamos de mais pesquisas sobre métodos de escuta dos alunos. Parece que os ouvimos pouco. Sabemos pouco sobre como ouvir alunos, pais e demais envolvidos, além das expectativas da comunidade do entorno  escolar sobre o que esperam da escola, dos alunos,enfim, sobre nossos papeis sociais.
É necessário desenvolver estratégias para  mobilizar todos os atores sociais da comunidade para aumentar o sucesso escolar dos alunos,

A comunidade como currículo!


Na educação como na política



Na educação  como na política, o que temos são muitos jovens com velhos vícios. O que faz o novo é a atitude.