Transcrevo, a seguir, um trecho de um minicurso que ofereci em 2012, no 3° Simpósio de Hipertexto e Tecnologias na Educação, da ABEHTE, em Recife.
Conectivismo. Outra questão seria verificar em que medida o construtivismo ou outra teoria
da aprendizagem daria conta dessas formas de se relacionar com o conhecimento e de
construir conhecimento.
Siemens defende o que ele chama de Conectivismo que, embora
não seja uma teoria da aprendizagem acabada, ajuda a entender o conhecimento distribuído
e o que parece ser seu ponto nevrálgico, a ideia da aprendizagem fora do ser humano, nas
redes sociais.
Um outro pesquisador, citado por Dave Cormier (2008) em seu artigo Rhizomatic education: Community as curriculum, utiliza a noção de rizoma teorizada por Deleuze & Guattari em sua obra de 1980, Mille Plateaux.
Por questões de espaço, essas questões não serão aprofundadas aqui mas o artigo de Cormier
está disponível no link http://davecormier.com/edblog/2008/06/03/rhizomatic-education-community-as-curriculum/
quinta-feira, 25 de maio de 2017
quarta-feira, 17 de maio de 2017
Disciplina PGL 100 UFAL-2017.1
Hipertexto e gêneros digitais: Introdução ao estudo das funções retóricas dos links.
Caros alunos,
Nessa disciplina faremos uma revisão sobre os tipos e classes de links, focalizando suas funções retóricas, procurando atualizar os estudos feitos ate agora. Discutiremos algumas das implicações que os links trazem para a leitura, inclusive a leitura de imagens e as relações verbo-visuais.
Oportunamente postarei mais detalhes.
Caros alunos,
Nessa disciplina faremos uma revisão sobre os tipos e classes de links, focalizando suas funções retóricas, procurando atualizar os estudos feitos ate agora. Discutiremos algumas das implicações que os links trazem para a leitura, inclusive a leitura de imagens e as relações verbo-visuais.
Oportunamente postarei mais detalhes.
quinta-feira, 11 de maio de 2017
Google imagens e Aby Warburg: no princípio eram as imagens
A
primeira vez que ouvi falar - ou que li - sobre Aby Warburg foi no livro de um professor do
Instituto de Artes da da Unicamp, A primeira vez que ouvi falar - ou que li -
sobre Aby Warburg foi no livro de um professor do Instituto de Artes da da
Unicamp, Etiene Samain, no livro Como pensam
as imagens (Ed. Unicamp, 2012).
A
Folha de SP de 7 de maio de 2017 traz uma reportagem escrita por Norval
Baitello Jr., historiador de arte e autor do livro A Era da Iconofagia,
em parceria com Leão Serva intitulada: No
princípio era a imagem: o alemão que resumiu a história sem palavras.
Haverá. Nos dias 10 e 11 de maio, um colóquio internacional em São Paulo sobre
o trabalho de Warburg.
O
que nos interessa, no momento, é dizer que ele elaborou um “Atlas”
composto de 63 painéis com imagens coladas de forma semelhante ao que o
Google traz quando buscamos imagens e sobre o projeto da empresa intitulado Experiments,
cuja proposta é utilizando uma supercâmara para fotografar obras de arte dos
museus.
Seus
painéis funcionam com imagens
organizadas pela “boa vizinhança” numa
superposição de imagens cujas relações entre si são inexplicáveis verbalmente, mas elas estão
ali: “elas se justapõem por semelhança , uma primeira se junta por presença a
outra, que está próxima; esta a uma outra
com a qual tem certa harmonia, mas que já se distingue da primeira – e assim
vão se distanciando, ou transformando, até surgir algo completamente improvável
de início.”
Os
autores comentam, então, que, as relações entre as imagens são inexplicáveis verbalmente. A imagem é
processada e apresentada por uma lógica iconográfica, que não se subordina à
expressão verbal. Pode ser pensada, consumida e comunicada sem tradução
linguística: homens e macacos reconhecem e reagem a gestos expressivos de
emoções em frações curtíssimas de tempo,
muito menores do que a resposta do verbal.
As
informações acima são muito importantes para nós que estudamos a leitura de
imagens e as relações texto-imagem.
O
historiador também criou a Bliblioteca
Warburg, onde os livros eram organizados pela mesma regra da boa
vizinhança, ou seja, não por ordem alfabética de autores e títulos.
Warburg
define as imagens como porta de entrada da biblioteca, “Warburg expressa a
convicção de que no princípio eram as
imagens”.
A Guerra dos Mundos - e por falar em fake news
Comentei num post anterior sobre a dificuldade na leitura quanto ao discernimento entre a meia mentira, a pós-verdade e as notícias falsas. as fake news.
Lembrei-me, porém, de que essa dificuldade, ainda que em escala bem menor, não é nova.
Acho que é emblemática a fake news da transmissão radiofônica que Orson Welles, em 1938, fez do romance de Herbert George Wells A Guerra dos Mundos. e a edição ilustrada da Editora Suma
de Letras.
Na era do rádio, as pessoas sentadas à sua volta numa noite fria, sentiram medo que levou ao pânico coletivo e, dizem, até ao suicídio, tamanha a "realidade" da transmissão da invasão de marcianos.
Ouça e veja no Youtube!!!
Olha, as motivações do Orson Welles foram, principalmente, artísticas, e não políticas.
O perigo das fake news e assemelhadas que tenho comentado não está na utilização artística, da experimentação de um meio de comunicação, mas na utilização política e malintencionada, cuja intenção é confundir a opinião pública.
Lembrei-me, porém, de que essa dificuldade, ainda que em escala bem menor, não é nova.
Acho que é emblemática a fake news da transmissão radiofônica que Orson Welles, em 1938, fez do romance de Herbert George Wells A Guerra dos Mundos. e a edição ilustrada da Editora Suma
de Letras.
Na era do rádio, as pessoas sentadas à sua volta numa noite fria, sentiram medo que levou ao pânico coletivo e, dizem, até ao suicídio, tamanha a "realidade" da transmissão da invasão de marcianos.
Ouça e veja no Youtube!!!
Olha, as motivações do Orson Welles foram, principalmente, artísticas, e não políticas.
O perigo das fake news e assemelhadas que tenho comentado não está na utilização artística, da experimentação de um meio de comunicação, mas na utilização política e malintencionada, cuja intenção é confundir a opinião pública.
Agência Lupa: checadores e curso gratuito
Falamos
em ensinar a ler. Pensamos em leitura
como algo mais amplo e mais complexo que decifrar códigos linguísticos,
visuais, sonoros, gestuais, espaciais e tudo isso junto. Sim, Leo o texto o discurso, identificar
ideologias subjacentes, motivações inconfessáveis. O que mais deveria o ensino? O que mais poderia a leitura?
Resposta: sacar o pressuposto
básico da verdade!!
Na era da pós- verdade e da
relativização da verdade (veja
interessante matéria intitulada Como funciona a engrenagem das notícias falsas
no Brasil) alimentada por presidentes, ministros, juízes, atores, artistas
que postam e constroem suas próprias verdades, sem passar pelo crivo
jornalístico; numa era em que blogueiros e sites parceiros, colunistas e
comentaristas que são pagos para
distorcer, difamar, confundir e espalhar notícias falsas, as fake news, e, ainda mais, numa época de ideologias líquidas, cujos
seguidores são tão instáveis quanto uma partícula subatômica da antimatéria,
que se faz tudo só por dinheiro (como ironizava o
Groucho Marx – estes são meus princípios, mas se você não gostar, eu tenho
outros) - que até o passado tornou-se
imprevisível, ler ficou
complicado.
Complicou para aqueles que
acreditavam que a internet iria mudar nossa relação com a leitura por causa da
nova textualidade hiper e de banalidades abundantes.
Gente pulando da ponte por causa
de um tal de internetês.
Voltem. Despulem. O perigo está logo ali na frente.
Complicou para a escola que
sequer havia se ajeitado na cadeira para pensar sobre os velhos problemas novos
ainda insuperados.
Ok, mas quem criou essa confusão
que a concerte. A mídia!
A Agência de Jornalismo e Checagem Lupa está ajudando a desfazer a confusão. Os jornalistas que nela trabalham – os checadores – conferem os temas mais polêmicos da semana, conferindo as fontes dos dados, buscando em bancos de dados e ajudam o leitor a enxergar melhor.
A Agência de Jornalismo e Checagem Lupa está ajudando a desfazer a confusão. Os jornalistas que nela trabalham – os checadores – conferem os temas mais polêmicos da semana, conferindo as fontes dos dados, buscando em bancos de dados e ajudam o leitor a enxergar melhor.
Confiram.
quinta-feira, 4 de maio de 2017
Quebrangulo não quebra
E eu que pensei que Graciliano Ramos fosse apenas um talentoso escritor. Nada, ele foi também ótimo administrador da cidade de Palmeira dos Índios, cidade vizinha de Quebrangulo, onde foi prefeito, na década de 1930.
Saiu aqui em Maceió uma matéria na Gazeta de Alagoas, em 4 de outubro de 2015, informando que dos 102 municípios alagoanos, 90 dependem principalmente da arrecadação da FPM e cerca de 60 prefeitos desistiram de se recandidatar pois a crise nas prefeituras destrói sua popularidade.
Enquanto isso, o atual prefeito de Quebrangulo,Manuel Tenório, disse que a cidade está com o orçamento equilibrado, pois ele adota o modelo de gestão do velho Graça.
Transcrevo abaixo, da matéria citada, os princípios de gestão que o mestre aplicou em Palmeira dos Índios:
"Os principais atos políticos que Graciliano adotou para aumentar a receita foram: extinguir favores largamente concedidos a pessoas que não precisavam deles e pôr fim às extorsões que afligiam os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados, escorchados, esbrugados pelos exatores (cobradores de impostos)."
Graciliano para presidente!
Saiu aqui em Maceió uma matéria na Gazeta de Alagoas, em 4 de outubro de 2015, informando que dos 102 municípios alagoanos, 90 dependem principalmente da arrecadação da FPM e cerca de 60 prefeitos desistiram de se recandidatar pois a crise nas prefeituras destrói sua popularidade.
Enquanto isso, o atual prefeito de Quebrangulo,Manuel Tenório, disse que a cidade está com o orçamento equilibrado, pois ele adota o modelo de gestão do velho Graça.
Transcrevo abaixo, da matéria citada, os princípios de gestão que o mestre aplicou em Palmeira dos Índios:
"Os principais atos políticos que Graciliano adotou para aumentar a receita foram: extinguir favores largamente concedidos a pessoas que não precisavam deles e pôr fim às extorsões que afligiam os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados, escorchados, esbrugados pelos exatores (cobradores de impostos)."
Graciliano para presidente!
Quebrangulo
Quebrangulo
Paródia - música, imagem e o que vier
Paródia é uma releitura cômica de um texto e geralmente tem viés cômico, irônico, debochado. Em termos textuais, encontramos a intertextualidade como um dos elementos marcantes.
Na música, no Brasil, ela vem lá dos tempos do circo, das apresentações de duplas ditas caipiras, como Jararaca e Ratinho e Alvarenga e Ranchinho.
Ouça a paródia da marchinha carnavalesca Mamãe eu Quero feita por Jararaca e Ratinho.
A paródia pode ser também de filmes, livros, séries de TV, etc.
Veja esse site de paródias de zines atuais.
E há paródias de imagens, pinturas clássicas, etc. Olha essas aí embaixo, que bacanas.
E tem o Weird Al, músico americano especialista em paródias que fez sucesso nos anos 1980 e 1990 parodiando Michael Jackson, Nirvana, Madonna e, mais recentemente, parodiou as séries Game of Thrones e Mad Men.
Leia a boa matéria sobre o Weird Al publicada pela Folha e assista a vídeos de suas paródias.
Na música, no Brasil, ela vem lá dos tempos do circo, das apresentações de duplas ditas caipiras, como Jararaca e Ratinho e Alvarenga e Ranchinho.
Ouça a paródia da marchinha carnavalesca Mamãe eu Quero feita por Jararaca e Ratinho.
A paródia pode ser também de filmes, livros, séries de TV, etc.
Veja esse site de paródias de zines atuais.
E há paródias de imagens, pinturas clássicas, etc. Olha essas aí embaixo, que bacanas.
E tem o Weird Al, músico americano especialista em paródias que fez sucesso nos anos 1980 e 1990 parodiando Michael Jackson, Nirvana, Madonna e, mais recentemente, parodiou as séries Game of Thrones e Mad Men.
Leia a boa matéria sobre o Weird Al publicada pela Folha e assista a vídeos de suas paródias.
Marco Civil da Internet - 23 abril 2014- data para marcar
E o Marco Civil da Internet foi sancionado em 23 de abril de 2014, pela Lei 12.965/14.
Transcrevo, abaixo, alguns comentários feitos no Editorial da Folha publicado em 18 agosto 2013.
Ela é como uma Constituição da Internet. Seu objetivo é estabelecer princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da rede e diretrizes para a atuação dos agentes públicos.
Entram também questões como a segurança jurídica da rede e a neutralidade da rede que, nesse caso, implica que todos os pacotes de dados transmitidos pela internet devem ser tratados da mesma forma, sem distinções relativas a conteúdo, origem, destino ou serviço.
Não fosse assim, os pacotes de dados seriam tratados diferentemente não só quanto à velocidade, como também ao conteúdo. Ou seja, quem quisesse apenas e-mail contrataria plano básico, para notícias e vídeos, teria que fazer upgrade de plano.
Sem a neutralidade, a internet seria um tipo de TV a cabo.
Ainda, a velocidade de conexão contratada pelo usuário não pode mudar em função do conteúdo utilizado pelo internauta, como muitas vezes acontece, especialmente quando se trata de vídeos.
O Marco defende também a privacidade do usuário, pois antes dele, nada impediria que alguma empresa coletasse informações do internauta e as repassasse a terceiros.
Há ainda a responsabilização por conteúdos postados por terceiros. Temos visto, ultimamente várias vezes o WhatsApp ser tirado do ar e o Facebook se envolver com problemas com a justiça justamente devido a esses conteúdos.
Publiquei uma resenha de um livro do Julian Assange intitulado Cypherpunks: liberdade e o futuro da internet que trata desses assuntos.
Transcrevo, abaixo, alguns comentários feitos no Editorial da Folha publicado em 18 agosto 2013.
Ela é como uma Constituição da Internet. Seu objetivo é estabelecer princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da rede e diretrizes para a atuação dos agentes públicos.
Entram também questões como a segurança jurídica da rede e a neutralidade da rede que, nesse caso, implica que todos os pacotes de dados transmitidos pela internet devem ser tratados da mesma forma, sem distinções relativas a conteúdo, origem, destino ou serviço.
Não fosse assim, os pacotes de dados seriam tratados diferentemente não só quanto à velocidade, como também ao conteúdo. Ou seja, quem quisesse apenas e-mail contrataria plano básico, para notícias e vídeos, teria que fazer upgrade de plano.
Sem a neutralidade, a internet seria um tipo de TV a cabo.
Ainda, a velocidade de conexão contratada pelo usuário não pode mudar em função do conteúdo utilizado pelo internauta, como muitas vezes acontece, especialmente quando se trata de vídeos.
O Marco defende também a privacidade do usuário, pois antes dele, nada impediria que alguma empresa coletasse informações do internauta e as repassasse a terceiros.
Há ainda a responsabilização por conteúdos postados por terceiros. Temos visto, ultimamente várias vezes o WhatsApp ser tirado do ar e o Facebook se envolver com problemas com a justiça justamente devido a esses conteúdos.
Publiquei uma resenha de um livro do Julian Assange intitulado Cypherpunks: liberdade e o futuro da internet que trata desses assuntos.
E por falar em infográficos - que lindeza
Olhem essa matéria da Folha, de 18 agosto 2013.
O infográfico caiu bem demais.
Curioso é observar que a matéria no jornal impresso foi apresentada em forma de infográfico, mas no digital, não!
Link para matéria no site.
Não deveria ser o contrário?
Vou fotografar a matéria do impresso e publicar aqui,
O infográfico caiu bem demais.
Curioso é observar que a matéria no jornal impresso foi apresentada em forma de infográfico, mas no digital, não!
Link para matéria no site.
Não deveria ser o contrário?
Vou fotografar a matéria do impresso e publicar aqui,
Fotonovela - só que não
Na matéria intitulada "Roubo em três atos" o fotógrafo Cacau Fernandes, da Agência O dia/Folhapress flagrou, um roubo numa praia carioca em três atos, feito história em quadrinhos.
Reportagem com quase as mesmas fotos foi publicada no jornal O Dia (vejam fotos abaixo)
Dão muita pesquisa, as questões que a leitura dessas imagens e a forma como foram publicadas trazem.
Olha que dá também um bom exercício de produção textual.
Reportagem com quase as mesmas fotos foi publicada no jornal O Dia (vejam fotos abaixo)
Dão muita pesquisa, as questões que a leitura dessas imagens e a forma como foram publicadas trazem.
Olha que dá também um bom exercício de produção textual.
Infográficos: leitura complicada. Por quê?
Uma das novas formas de escrita são os infográficos.
Por que nova? Sabemos que as imagens não são lá de andar sozinhas. Os textos verbais também gostam quando discorrem com imagens por perto. Nossos olhos curtem imagens.
Imagens e textos agradam, Vejam os gibis, as fotonovelas (êpa, essa é velha), as capas das revistas, vejam quase tudo (sim, quase, pois temos o Diário Oficial) vejam os infográficos.
Nova forma de escrita por que as imagens, gráficos, desenhos, cores, mapas, croquis, etc. são dispostos topograficamente de modo a compor um todo de sentido indissociável, não como mera ilustração ou regalo para os olhos.
É um tipo de texto multimodal. Creio que não se trata de um gênero digital - não pensei muito sobre isso ainda - mas, seguramente, é uma nova forma de pensar a redação de um texto e de organizar as informações no papel (jornais e revistas) ou na tela. Há ainda a possibilidade de inserir vídeos e áudio.
Exemplo:
Essa nova forma de produção textual exigiu que O Globo, por exemplo, desenvolvesse uma nova arquitetura do que eles chamam Redação Multimídia. Visite o site.
A Folha tem também uma redação especializada em infográficos. Muito bacana mesmo.
Quanta pesquisa precisamos fazer ainda!!
Como ensinar essa nova escrita e como ensinar a leitura (multimodal) de infográficos?
Por que nova? Sabemos que as imagens não são lá de andar sozinhas. Os textos verbais também gostam quando discorrem com imagens por perto. Nossos olhos curtem imagens.
Imagens e textos agradam, Vejam os gibis, as fotonovelas (êpa, essa é velha), as capas das revistas, vejam quase tudo (sim, quase, pois temos o Diário Oficial) vejam os infográficos.
Nova forma de escrita por que as imagens, gráficos, desenhos, cores, mapas, croquis, etc. são dispostos topograficamente de modo a compor um todo de sentido indissociável, não como mera ilustração ou regalo para os olhos.
É um tipo de texto multimodal. Creio que não se trata de um gênero digital - não pensei muito sobre isso ainda - mas, seguramente, é uma nova forma de pensar a redação de um texto e de organizar as informações no papel (jornais e revistas) ou na tela. Há ainda a possibilidade de inserir vídeos e áudio.
Exemplo:
A Folha tem também uma redação especializada em infográficos. Muito bacana mesmo.
Quanta pesquisa precisamos fazer ainda!!
Como ensinar essa nova escrita e como ensinar a leitura (multimodal) de infográficos?
Facebook e propaganda de margarina
Marion Strecker publicou um artigo na Folha em 14 outubro /2013 que somente agora tenho tempo de comentar.
Falando sobre o Facebook, perfis falsos, campanhas para mostrar fotos da infância, mudar de nome, cutucar os outros que estão quietos, etc, etc, Marion também diz das caras sorridentes e felizes que todos costumam postar, como se a vida fosse uma propaganda de margarina, sabe né, aquelas com gente de roupas claras ou brancas felizes à mesa do café da manhã...
De fato, citando uma pesquisa americana, a colunista diz que as fotos postadas são escolhidas a dedo e imagens que aumentem a fama ou a vaidade do figura são repetidas e repetidas.
Uma orientanda minha fez uma bela pesquisa sobre o poder da beleza numa escola pública, nas aulas de educação física. Um dos instrumentos de coleta de dados eram selfs das alunas e elas tinham que selecionar a mais feia e justificar a escolha. Daí,sim, apareceram os critérios estéticos de beleza.
Uma amiga minha mantém a mesma foto dela no e-mail desde que a conheci, nos tempos do filhos no colo. Hoje já estão casados.
Não me lembro agora qual o foi o fotógrafo ou cineasta que disse que as imagens - e daí eu adapto para imagens dos perfis nas redes sociais - são como imagens do sarcófago. Vocês sabem, os sarcófagos egípcios são lindos, cobertos de ouro e enfeites, mas as múmias que eles guardam dentro de si são isso mesmo, pessoas mumificadas.
Nas bancas de defesa de que participo, terminamos sempre com professores, orientandos e familiares em poses sorridentes.
A pesquisadora Luciana Borre Nunes - UFRGS - publicou um livro muito interessante intitulado As imagens que invadem as salas de aula - reflexões sobre a cultura visual. Editora Ideias e Letras, 2010, onde comenta sobre essa cultura visual que permeia ambientes escolares.
Ela tem um site com muito material disponível sobre Cultura Visual.
Falando sobre o Facebook, perfis falsos, campanhas para mostrar fotos da infância, mudar de nome, cutucar os outros que estão quietos, etc, etc, Marion também diz das caras sorridentes e felizes que todos costumam postar, como se a vida fosse uma propaganda de margarina, sabe né, aquelas com gente de roupas claras ou brancas felizes à mesa do café da manhã...
De fato, citando uma pesquisa americana, a colunista diz que as fotos postadas são escolhidas a dedo e imagens que aumentem a fama ou a vaidade do figura são repetidas e repetidas.
Uma orientanda minha fez uma bela pesquisa sobre o poder da beleza numa escola pública, nas aulas de educação física. Um dos instrumentos de coleta de dados eram selfs das alunas e elas tinham que selecionar a mais feia e justificar a escolha. Daí,sim, apareceram os critérios estéticos de beleza.
Uma amiga minha mantém a mesma foto dela no e-mail desde que a conheci, nos tempos do filhos no colo. Hoje já estão casados.
Não me lembro agora qual o foi o fotógrafo ou cineasta que disse que as imagens - e daí eu adapto para imagens dos perfis nas redes sociais - são como imagens do sarcófago. Vocês sabem, os sarcófagos egípcios são lindos, cobertos de ouro e enfeites, mas as múmias que eles guardam dentro de si são isso mesmo, pessoas mumificadas.
Nas bancas de defesa de que participo, terminamos sempre com professores, orientandos e familiares em poses sorridentes.
A pesquisadora Luciana Borre Nunes - UFRGS - publicou um livro muito interessante intitulado As imagens que invadem as salas de aula - reflexões sobre a cultura visual. Editora Ideias e Letras, 2010, onde comenta sobre essa cultura visual que permeia ambientes escolares.
Ela tem um site com muito material disponível sobre Cultura Visual.
Vocês fazem ideia?
Gente, vocês fazem ideia dos números astronômicos que envolvem a internet?
Acessem as estatísticas on-line
Os dados abaixo são prints feitos agora, 4/5/17 às 10:25. Eles mudam a cada segundo. A ordem é de trilhões!
Existem vários aplicativos que podem ser utilizados para mapear as interações e criar um mapa delas.
Experimentem o NodeXL e vocês saberão com quem estão falando, ou interagindo no Facebook ou no Twitter . Saberão quão fortes são suas redes sociais.
Acessem as estatísticas on-line
Os dados abaixo são prints feitos agora, 4/5/17 às 10:25. Eles mudam a cada segundo. A ordem é de trilhões!
Existem vários aplicativos que podem ser utilizados para mapear as interações e criar um mapa delas.
Experimentem o NodeXL e vocês saberão com quem estão falando, ou interagindo no Facebook ou no Twitter . Saberão quão fortes são suas redes sociais.
Writing dead ou É doce morrer on-line
A segunda parte do título dessa postagem é o mesmo de um artigo de Luli Radafahrer publicado na Folha em 9 de setembro/201 que só agora tenho tempo de comentar.
O assunto é que, escreveu o articulista, "a Wikpédia e serviços de conteúdo como blogs e repositórios de vídeo se comportam como editoras, deixando o material disponível até ordem em contrário.
Radafahrer diz que o maior cemitério digital é o Facebook, com sua política de transformar o perfil do falecido em memorial.
... e o número de falecidos superará o dos vivos! Walking Dead? Writing Dead?
E tem muita gente gente falando com os mortos via "redes sociais", postando RIPs, inclusive.
Não vi ainda nenhuma postagem de lá pra cá. Quem sabe logo não teremos perfis psicografados!
Veja o artigo completo
O assunto é que, escreveu o articulista, "a Wikpédia e serviços de conteúdo como blogs e repositórios de vídeo se comportam como editoras, deixando o material disponível até ordem em contrário.
Radafahrer diz que o maior cemitério digital é o Facebook, com sua política de transformar o perfil do falecido em memorial.
... e o número de falecidos superará o dos vivos! Walking Dead? Writing Dead?
E tem muita gente gente falando com os mortos via "redes sociais", postando RIPs, inclusive.
Não vi ainda nenhuma postagem de lá pra cá. Quem sabe logo não teremos perfis psicografados!
Veja o artigo completo
A velha flor num jardim de pedras
O
articulista da Folha, Pedro Luiz Passos
publicou, em 10 março/17, um artigo em
que fala que “a indústria 4.0 (ou manufatura inteligente) está transformado a
forma de produzir , distribuir e consumir produtos e serviços e, por tabela,
exigindo novas habilidades da mão de obra e redesenhando as relações de
trabalho.”
Lembram-se
de que as reformulações nas leis de ensino, as LDB sempre foram motivadas pelo
contexto social imediato, ou seja, para fornecer mão de obra a cada nova
geração de empresas e negócios?
Passos
diz que 47% dos empregos nos EUA estão ameaçados. Estima-se, diz ele, que 65%
das crianças que cursam atualmente o ensino fundamental vão trabalhar no futuro
em profissões que hoje ainda não existem!!
E
nós, na escola, educando para o futuro!!
Apenas
5% das profissões atuais enfrentam risco de extinção... desde que os
trabalhadores se adaptem aos novos tempos:
fazer com tecnologia digital o que antes
se fazia com as mãos, lápis, papel, telefone fixo, presencialmente, etc.
Diz
o articulista que na área de TI o emprego é fragmentado e que os jovens até
preferem assim: sem vínculos. Minha
geração amava vínculos, registro em carteira era para a vida inteira.
Concordo
com Passos: ação prioritária é investir numa nova grade curricular nas escolas,
dando ênfase nas matérias STEM – Science,
Technology, Engineering and Mathematics e na proficiência em Inglês, língua
predominante no mundo digital.
Senti
falta, porém, da velha flor, a língua portuguesa. Num jardim de pedras stem essa flor é imprescindível.
Folha - Novo Projeto Editorial, mas leitura crítica da mídia tem que ser ensinada na escola
A
Folha de São Paulo lançou em 31/3/2017 um novo projeto editorial motivado,
entre muitas razões, pela “ escalada do acesso à internet nos últimos 20 anos (que)
levou conexão a mais de 3 bilhões de pessoas e fez crescer numa dimensão
inédita tanto a demanda por notícias quanto sua disseminação.”
Então,
está aí, as tecnologias alterando
severamente nossa relação com o mundo, com as pessoas, com a notícias e por que não dizer, com a leitura!!
Sim,
o projeto pretende facilitar a leitura no sentido de dar mais garantias sobre
as fontes das notícias. Vejam esse trecho do projeto:
"As
diversas formas de jornalismo artesanal, praticadas com espírito militante,
dedicadas a determinado tema ou circunscritas a uma comunidade, mostram-se
úteis para suprir lacunas no conjunto da mídia, mas são limitadas em alcance e
escopo pela parcialidade do ponto de vista e precariedade da base material
–aspectos que também tendem a afetar um jornalismo financiado por distintas
modalidades de mecenato."
E esse jornalismo artesanal vem crescendo: primeiro eram apenas os usuários comuns da tal Web 2.0, mas, atualmente, além das retransmissões, recortes, reenvios, apropriações, leituras enviesadas, a coisa complicou. A gota d´água, me parece foi políticos não falarem com jornalistas e repórteres e terem eles mesmos, seus canais de divulgação. Twitam e postam à vontade o que bem entenderem ajudando a confundir a opinião pública. Tem havido até debate, intriga via posts!! E os jornalistas vão atrás procurando a notícia á dada!!
Não vamos nos distrair: leitura crítica da mídia tem que ser ensinada na escola!!
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