segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Prática de Pesquisa - Pequeno manual da iniciação científica

 Pessoal,

Vou disponibilizar aqui o link do meu Pequeno manual de inciação científca para auxiliar vocês com todas as informações necessárias para a confecção de projetos de psquisa.

Prática de Pesquisa- Manual






segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Coerência intersemiótica- relações imagem- texto - Versão longa-

Pessoal,

Por razões de espaço, submeti uma versão reduzida do meu trabalho sobre relações imagem-texto.
Se quiserem ler a versão completa, ainda que não avaliada pelos pares e não revisada, ela está disponível aqui.

Essa versão traz uma revisão da literatura sobre o tema mais longa e mais detalhada, assim como mais análises.



Entrevista - emojis, stickers e cia - Parte Final


6-Qual a explicação para o uso e adequação das linguagens não verbais (como memes, stickers, gifs e emojis) no cotidiano dos jovens?

Sobre a linguagem visual, creio que a maior alteração propiciada pelas tecnologias digitais foi a possibilidade de termos texto e imagem num único suporte, coisa que antes estava restrita ao uso profissional como nas propagandas, por exemplo, ou era trabalhosa e custosa demais; em muitos casos envolvia habilidades artísticas que muitas pessoas – jovens ou não – preferiam não utilizá-la. Tome-se como exemplo nosso ensino de língua portuguesa ser até hoje, em grande parte, voltado apenas para a parte verbal da comunicação, o que chamamos de logocentrismo.
Se algum  trabalho com imagem é desenvolvido em currículos assim, ele está sempre a cargo do “professor de artes”.
Stickers e emojis citados por você são um vocabulário imagético simplificado que pessoas de qualquer idade utilizam para completar suas mensagens verbais, dar o tom (humor, indignação, raiva, etc.), pontuar, como um sinal de positivo, ou de um beijo, para finalizar um diálogo. Raramente, porém, alguém manterá um diálogo apenas com emojis, pois as imagens, quer sejam ideogramáticas como stickers e emojis ou não, possuem suas limitações sígnicas e, portanto, precisam dos signos verbais para criar os sentidos desejados pelos interlocutores e eliminar ambiguidades.
A difusão do uso dos stickers e emojis está, portanto, relacionada aos aplicativos que, ao disponibilizarem esse “vocabulário” aos seus usuários, não apenas propiciam e facilitam seu uso, tornando-os triviais, como difundem essa prática de escrita multimodal – e tudo isso, sem que a escola ensine. Há, pode-se dizer, uma escola fora da escola, ensinando as pessoas a escrever textos multimodais e a se comunicar. Seria bom, porém, que a escola e os professores, não apenas os de língua portuguesa, refletissem sobre essa forma de escrita e a inserisse no currículo escolar, para que a instituição escolar continue sendo protagonista não apenas das práticas atuais de escrita e de interação, como também para ensinar o que os aplicativos não ensinam, ou seja, o uso ético, consciente e responsável da escrita, para que evitem, por exemplo, a proliferação de boatos, mentiras, fake news, etc. que, como se sabe, podem ser criados tanto em construções verbais apenas, mas, principalmente, em fotomontagens e construções visuais e em textos verbo-visuais.
Para finalizar, observe-se que as tecnologias atuais não apenas possibilitaram o uso abundante de imagens em nossas comunicações, mas também a utilização da linguagem sonora, ou seja, muitos textos que circulam pelas redes sociais são audiovisuais também!

7 - Será que num futuro breve, teremos mais formas de linguagens através de meios tecnológicos?

Não se conhecem limites para as potencialidades humanas em todas as áreas. Com o advento da conexão 5G e a IoT (Internet das Coisas, em inglês), certamente, muita coisa mudará em nossa comunicação e no nosso modo de viver. Se refletirmos sobre  quantas mudanças significativas o livro trouxe ao nosso modo de vida, sobre o que a rede mundial de computadores, criada em 1991,  trouxe de mudanças comportamentais, cognitivas, sociais e políticas, mesmo assim, não somos capazes de prever ou mesmo de imaginar o que virá com a conexão 5G.
O certo é que somos o que clicamos. Nossos cliques na internet valem dinheiro, geram bancos de dados, os big data,  de hábitos de consumo, de perfis psicológicos e de toda sorte de informações que as grandes companhias globais como Google e Amazon, por exemplo, e os governos mundiais desejarem. Nossa história recente (e atual) está repleta de exemplos dos usos dos dados coletados.
Por fim, embora possa parecer ingênua, coisa de jovem, assunto não bem-vindo no currículo e nas práticas escolares, a internet, as redes sociais e toda a comunicação que circula pela rede configura e reconfigura nosso presente e nosso futuro a cada instante.


Entrevista - emojis, stickers e cia - Parte 2


Conforme explicado no post anterior, como eu acabei respondendo a várias perguntas (7 no total) que não puderam ser aproveitadas na matéria, resolvi compartilhar com vocês, todo o  conteúdo. 

Decidi colocá-lo em partes para não ficar uma postagem muito longa. Esta é a Parte 2 final.


4-Dado a instantaneidade das formas digitais, como a escrita tecnológica se insere no contexto das mídias sociais?


A escrita é uma tecnologia. Antes, ela circulava em contextos mais ou menos restritos, como nos papiros, nas inscrições em pirâmides, monumentos e livros. Com a tecnologia digital, o advento da internet  e os computadores, o suporte da escrita passou a ser as telas dos dispositivos digitais, a escrita passou para ser luz numa tela e a ser ubíqua.

5- Em sua opinião, a necessidade instantânea de se comunicar  e ser compreendido ao outro irá influenciar mais ainda nas formas de linguagem?

Novas formas de comunicação sempre surgirão motivadas pelas necessidades humanas. Novas tecnologias continuarão a ser criadas aumentando as potencialidades humanas. A escrita alterou profundamente nosso modo de vida e nossos relacionamentos desde seu início. Aliás, começou deixando o que chamamos de pré-história para trás e inaugurando a História.
Atualmente, com a rede mundial de computadores e os aplicativos que permitem a criação e manutenção de diversas comunidades virtuais e redes virtuais de relacionamento locais e globais (as chamadas redes sociais) a comunicação tornou-se instantânea, na medida da necessidade, da velocidade e da ansiedade dos tempos atuais.
Mas ainda temos muitos homens lentos, como denominava o geógrafo Milton Santos, para quem as tecnologias e o “novo mundo” ainda nem começou.


A matéria foi publicada neste site. Vocês podem lê-la. Ficou bem bonita.




Entrevista - emojis, stickers e cia - Parte 1

Recentemente, fui convidado por uma aluna de jornalismo a dar uma entrevista sobre emojis, stickers e sobre a linguagem visual nas comunicações instantâneas atuais.
A jornalista enviou-me algumas perguntas que eu respondi e devolvi por e-mail a ela.
A matéria foi publicada neste site. Vocês podem lê-la. Ficou bem bonita.

Como eu acabei respondendo a várias perguntas que não puderam ser aproveitadas na matéria, resolvi compartilhar com vocês, todo o  conteúdo. Decidi colocá-lo em partes para não ficar uma postagem muito longa.

1-Como são as formas de linguagem e os primeiros meios de se comunicar? Como houve essas a necessidade de uma evolução dessas linguagens? Como uma linguagem evolui?

Sabe-se que o homem, antes de criar um alfabeto (há cerca de 3.000 AC), de começar a escrever, ele desenhou. As pinturas das cavernas de Lascaux, na França, por exemplo, datam de 15  a 17 mil anos. Portanto a escrita com imagens antecede à alfabética. Considerem-se ainda as línguas que utilizam ideogramas, em que cada símbolo representa um objeto, conceito ou ideia, como na língua chinesa, por exemplo, e se perceberá a presença e importância das imagens na comunicação.
A criação da escrita surgiu pela necessidade de comunicação entre os homens e também com suas divindades. A  gramática e sintaxe foram se aperfeiçoando e fixando aos poucos. As chamadas normas vieram como fruto de uma relação de poder sobre quem diz o que é certo e o que é errado numa língua. Tudo isso vai se modificando em cada tempo e de acordo com os poderes em jogo.
As linguagens  estão relacionadas ao pensamento, ou seja, não existe um se o outro. Sabe-se que pensamos por imagens e que sonhamos por imagens e que “imaginamos” coisas, objetos, etc.
O contexto e a complexidade da vida em cada parte do planeta e em cada época da história  trazem novas exigências de pensamento e de comunicação. As tecnologias são criações humanas motivadas também pelos contextos de tempo e espaço.
A escrita é uma tecnologia.

2-Sendo linguagem a premissa e conector entre compreensão e desenvolvimento  (do pensar humano, como os elementos tecnológicos se manifestam de forma positiva na construção do indivíduo atual?

Sendo a escrita uma tecnologia, ela caminha junto  com as necessidades humanas e o desenvolvimento da ciência, dos conhecimentos.


3- Qual o papel da linguagem no meio tecnológico?

A linguagem é que nos faz humanos. A dupla articulação e o potencial inesgotável da linguagem verbal (e da visual) nos permite ser o que somos e agirmos no mundo. Na verdade, nada existe fora da linguagem.



Coerência Intersemiótica - capítulo de livro recém-lançado

Acaba de ser lançado em formato digital o livro Multimodalidade e práticas de letramento no ensino de línguas, organizado pelas professoras Isabel Cristina Michelin de Azevedo e Renata Ferreira Costa.

Ele traz um artigo meu sobre as relações imagem e texto (e vice-versa). Nele, apresento uma retrospectiva teórica e uma proposta de um modelo teórico que tente agrupar as principais relações verbo-visuais.
O modelo teórico foi testado em uma escola estadual. O texto discute os resultados.
O trabalho pretende auxiliar no ensino da leitura de textos verbo-visuais.

Em breve, publicarei nosso trabalho que aprofunda e completa o atual.

O livro pode ser baixado por este link.

Pedagogia Transmídia - e-pub disponível

Acaba de ser lançado em formato digital o livro Multimodalidade e práticas de letramento no ensino de línguas, organizado pelas professoras Isabel Cristina Michelin de Azevedo e Renata Ferreira Costa.

Ele traz um artigo meu escrito em coautoria com a professora Dra. Andréa da Silva Pereira, sobre nossa proposta de letramento sob o enfoque dialógico-discursivo desenvolvida na E.E. Onélia Campelo, em Maceió, como parte do projeto PIBID, denominada Pedagogia Transmídia.

O livro pode ser baixado por este link.


sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Guia para desmascarar mentiras visuais

Vi na coluna do Helio Gurovitz na revista Época  um texto sobre Alberto Cairo, autor do livro How charts lie.
O livro é essencial, mas vc podem visitar o Blog do autor  e baixar 3 capítulos de seu livro anterior e ainda alguns tutoriais sobre gráficos e infográficos.
Outra referência legal é o SAPO, da revista EXAME.

Precisamos aprender a ler imagens.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Psicologia e manipulação mental nos smartphones

O artigo de 27 de outubro de Fernanda Torres, na Folha, traz duas informações que me despertaram a curiosidade. Resolvi dar uma investigada nessas informações e compartilhar com vocês. 
                A primeira, sobre o criador do like do Facebook, Justin Rosentein que, juntamente com seus pares, explicam que todos os dispositivos psicológicos de adição foram usados para manter o internauta ligado ao smartphone.
                Assim, diz ela, “a maneira como deslizamos os dedos para ler o próximo post é semelhante ao das máquinas de caça-níqueis que rodam ícones na frente do jogador. Avisos em vermelho pedem para serem apagados; os likes proporcionam satisfação momentânea, que logo quer ser renovada.”
                Uma compulsão semelhante à da nicotina leva a “comportamentos exacerbados, visíveis em insultos e certezas cegas das redes; bem como a ascensão de lideranças afinadas com a ofensa e a radicalidade.”
                A segunda informação que me despertou a curiosidade, foi que o ex-empregado do Google, Tristan Harris estuda a manipulação mental da nova indústria.
                Vale a pena assistir a essa apresentação de 18 min. de Harris no TED 2017, intitulada:

Portal Brasiliana Iconográfica: mais de 2.500 obras sobre a história do Brasil

A Folha de 27 outubro anuncia a abertura do site brasiliana.iconografica.art.br com mais de 2.500  obras sobre a história do Brasil, desde o descobrimento até o início do século 20.




Aquarelas, desenhos e xilogravuras de Debret, Araújo Porto-Alegre  e Frühbeck estão no acervo, mas não podem ser baixadas.

Fora do Brasil, o portal Europeana Colections oferece um acervo de mais de 50 mil obras de arte, livros e vídeos com conteúdos sobre o continente europeu. As imagens podem ser baixadas.




terça-feira, 19 de setembro de 2017

Projeto de Pesquisa - da escolha do tema até a formatação digital

Os slides do minicurso estão aí ao lado e podem ser baixados pelo link

Está faltando a parte 3. Peço desculpas, pois não tive tempo de postá-la ainda.
Farei a postagem na primeira semana de outubro.
Obrigado pela compreensão.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Tese em quadrinhos – em tese, sim, é viável.

A Folha publicou domingo, 6 de agosto de 2017, uma ampla matéria escrita por Ramon Vitral,  sobre Nick Sousanis, aluno da Universidade de Columbia, que apresentou sua tese e forma de quadrinhos e agora a obra chega traduzida ao Brasil.

Pode parecer novidade, pois, de fato, o meio acadêmico sempre foi refratário a mudanças no cânone dos formatos e fórmulas acadêmicas quando no grafocentrismo.  Mas nem tanto, quando se trata de utilizar as relações imagem e texto ma construção de sentidos.
Kress e Van Leeuwen publicaram livro sobre sociossemiótica,  onde  elaboram os princípios de uma gramática da linguagem visual e, antes deles, Barthes já havia teorizado sobre o tema.
Claro, antes deles, ainda, os quadrinistas já faziam “gibis” e histórias em quadrinhos.


A novidade, para mim,  está na autora que ele cita, Susana Langer (1895 – 1985), uma filósofa ligada à arte e ao pensamento simbólico.

Clubes de leitura – para gostar de ler

A Folha de domingo, 13 de agosto de 2-17, traz uma ampla reportagem sobre os clubes de leitura.
Nesses clubes, leitores se encontram para comentar sobre o livro da semana ou do mês, que todos leram.
O clube do Livro (BH) tem proposta curiosa: divulga o tema e não o nome de um livro. Nas discussões, que reúnem cerca de 200 pessoas, chegam a discutir 10 títulos de gêneros diferentes.

A ex- apresentadora de TV  americana, Oprah Winfrey criou o Oprah´s Book Club e, segundo a matéria, ela ajudou a elevar o número de leitores nos Estados Unidos.

No Brasil, o professor Dr. Manoel Pedro Pimentel, em parceria com a Cia das Letras,  vem desenvolvendo reuniões de clube de leitura em 12 presídios do Estado de SP.


Brasileiros, diz a reportagem, leem, em média, 4 livros por ano. É pouco mas eu ainda acho muito, pelo que tenho visto...

A reportagem de Úrsula Passos fala sobre as origens dos clubes de leitura no século 18, para estudar a Bíblia. Em 1868, mulheres jornalistas foram impedidas de participar de um evento literário nos Estados Unidos e uma das jornalistas decidiu fundar o Sorosis, um clube de mulheres voltado para estudos e leituras.

Estatísticas lá e aqui mostram que as mulheres leem mais que os homens.

Eu fui um dos 500 mil afiliados do Círculo do Livro, lançado em 1973 pela Editora Abril, em parceria com a alemã Bertlesmann.

Hoje há muitos clubes on-line. A reportagem cita casos da França e dos Estados Unidos. No Brasil, o Leia Mulheres dedica-se exclusivamente a obras escritas por mulheres.

O jornal Folha de São Paulo, começa agora em agosto o Clube de Leitura Folha.

Links para Clubes:
Crie seu clube de leitura!!!  - site que incentiva você a criar seu Clube de Leitura  e que abriga outros vários clubes.



quinta-feira, 25 de maio de 2017

Conectivismo - a comunidade como currículo

Transcrevo, a seguir, um trecho de um minicurso que ofereci em 2012, no 3° Simpósio de Hipertexto e Tecnologias na Educação, da ABEHTE, em Recife.

Conectivismo. Outra questão seria verificar em que medida o construtivismo ou outra teoria 
da aprendizagem daria conta dessas formas de se relacionar com o conhecimento e de 
construir conhecimento. 


Siemens defende o que ele chama de Conectivismo que, embora 
não seja uma teoria da aprendizagem acabada, ajuda a entender o conhecimento distribuído 
e o que parece ser seu ponto nevrálgico, a ideia da aprendizagem fora do ser humano, nas 
redes sociais. 


Um outro pesquisador, citado por Dave Cormier (2008) em seu artigo Rhizomatic education: Community as curriculum, utiliza a  noção de rizoma teorizada por Deleuze & Guattari em sua obra de 1980, Mille Plateaux.

Por questões de espaço, essas questões não serão aprofundadas aqui mas o artigo de Cormier      
está disponível no link  http://davecormier.com/edblog/2008/06/03/rhizomatic-education-community-as-curriculum/